Artista: Emília Schram. 2018. Instalação/Fotografia. V.2 MMPMA.
Tema/sinopse: A própria artista, trajada de roupas pretas, recolheria coisas no trajeto de uma volta pela Vila Vicentina, como folhas, caixinhas vazias e embalagens de plástico. Ela, então, se sentaria na calçada da vila, e colocaria os objetos ao seu redor, formando um altar. Ela fica sentada por cinco minutos. No final, ela recolheria os objetos, e os levaria até sua casa, localizada em frente à Vila.
Apresentação: A rua, para dona Bió, vira extensão da casa. Há não muito tempo atrás, ela fazia seu movimento diário, quase coreografado, de pegar coisas da rua e guardar em casa. As pessoas não entendiam por que tal movimento ocorria com frequência, mas eu tentava poetizar em cima dele. Talvez as quatro paredes de sua casinha na Vila Vicentina fossem além. Talvez há sentido nessa coreografia tachada de “loucura”.
A Vila, depois da reapropriação de posse, ocorrida em outubro de 2016, tomou outras dimensões para mim. Via a Vila como mais que minhas paredes vizinhas, minha rede de afetos e trocas no Dionísio Torres. Hoje, me vejo participadora dos processos de luta e resistência na Vila. Talvez as quatro paredes da minha casa não delimitem meu sentimento de pertencimento.
Dona Bió. Emília. Em busca de casas maiores que as suas.
Espaço/participantes/temporalidade: Vila Vicentina. Apenas a artista, sem público. Mais ou menos 30 minutos.